Notícias

Divulgação da Sessão Solene em Homenagem ao Tradicionalista Destaque 2011

1 min atrás

O Poder Legislativo Municipal Convida a todos para participação na sessão solene em homenagem ao Tradicionalista destaque 2011, Valdemar Ribas que se realizará no CTG Rincão Serrano, nesta quinta-feira dia 15, às 19h e 30min.

Sr VALDEMAR  DE SOUZA RIBAS

Tradicionalista do ano de 2011

Na sessão ordinária do dia 29 de agosto, conforme estabelece o decreto, os vereadores indicaram a nominata de tradicionalistas que se destacaram nessa área.

Por unanimidade, o cidadão carazinhense que se destacou na comunidade, neste ano e homenageado do Poder Legislativo é o Sr. VALDEMAR DE SOUZA RIBAS.

         Currículo do Homenageado

Rio Grande do Sul, 03 de setembro de 1927. As flores da primavera já enfeitavam os campos e neste dia nascia nos pampas de Cruz Alta, VALDEMAR, filho de Balduino de Souza Ribas e Marieta de Oliveira Ribas, neto de Julio de Souza Ribas e Lidia de Souza Ribas, pelo lado paterno Hilário de Oliveira Ribas e Etelvina Nunes Ribas, pelo lado materno. Hoje com 84 anos.

Da sua primeira união, tiveram 03 filhos: Edemar, Maria Salete e José Aimoré; 11 netos e 08 bisnetos.

Valdemar permaneceu em Cruz Alta até seus 06 anos de idade juntamente com seus pais Badico e Marieta e com seu irmão Percival.

Do patriarca teve inspiração, pois foi veterano da revolta de 1924, homem temperado na natureza de uma revolução e de sua mãe, mesmo sem ter participado de tal façanha, foi uma guerreira, uma autêntica mulher, esposa e mãe. Herdou da família o respeito, o qual está passando de geração em geração e que é marca registrada em sua pessoa até hoje.

Seu Badico, assim chamavam seu pai, tinha parentes em São Bento, juntou algumas economias da venda de gado e comprou parte da fazenda São Miguel da sua irmã Palmira Ribas Ramos.

Quando da vinda à Carazinho, a família vendeu 100 cabeças de gado e alguns cavalos, arrumaram seus pertences em carroças e seu pai contrata dois tropeiros para junto com os filhos Valdemar de 6 anos e Percival de 8 anos repontarem o gado que viria para este município, com destino ao distrito de São Bento, mais precisamente na linha Xavier que juntamente com seu amigo Antonio Alves Xavier, muitos terneiros foram "pegos a unha" como diz seu Valdemar.

Sua Mãe dona Marieta, um tio e um sobrinho vieram tocando as carroças, levaram aproximadamente 10 dias para percorrerem mais ou menos 100 Km, que separavam a fazenda do seu pai a sua nova propriedade. Depois desta façanha e com toda essa habilidade desde muito pequeno, realizou muitas tropeadas, carretadas e domou muitos baguais.

Foi em São Bento que formou seu caráter de homem, tendo como exemplo a           firmeza e seriedade de seu pai, o gosto pelo trabalho do campo, a paixão pelo campeirismo gaúcho e por cavalos.  Formou sua família, construiu sua casa com suas mãos valorosas, saindo de lá aos 26 anos com seus dois filhos em busca de um destino próprio.

Além deste talento inicial, foi domador, capataz de lavoura, jóquei e laçador.  Teve abate de gado no matadouro Municipal. Ainda jovem desenvolveu outras atividades profissionais, como motorista, instalador elétrico, distribuidor de bebidas, funcionário público municipal. Mas o amor ao campo e aos animais  estão sempre presentes no seu dia-a-dia.

 Patrão de três piquetes e membro de várias instituições tradicionalistas, organizador de cavalgadas e monta um cavalo com muita garbosidade.Sempre teve um bom cavalo e muito cuidado, como só ele sabe fazer .Seu legado é referencial nas escolas onde repassa seu conhecimento sobre a indumentária gaúcha, o trato com animais, principalmente com o cavalo e seus "arreios", peças necessárias para encilhar o animal.

O amor que nutre pelo tradicionalismo gaúcho, pode ser comparado com aquele que sente pela sua esposa Orientina Camejo Bandeira, juntos a 20 anos, como ele próprio relata. Ela foi casada por 33 anos e estava viúva há 12 anos quando nos reencontramos. Reatamos uma paixão do passado.  Trilhamos caminhos diferentes, opostos, mas os fandangos e o destino nos aproximou.

Valdemar Ribas não dispensa o uso rotineiro da bota e bombacha. O tradicionalismo é mais do que um sentimento, é um modo de vida. Incentivado pela esposa que acompanha-o em desfiles tradicionalista, em festas campeiras, em cavalgadas... Faz do tradicionalismo não uma exaltação mas o respeito que um gaúcho de raiz tem como obrigação de passar a diante.

Segundo o casal, Valdemar e Orientina, estão orgulhosos com a homenagem do Poder legislativo. È muito bonito, gratificante e que não será esquecido jamais. Este reconhecimento significa todos os esforços que foi dedicado a formação dos piquetes e a orientação aos jovens para seguirem um bom caminho. Isto surtiu efeitos. A emoção é muito grande e agradecemos a Deus por este momento.

Com a citação de Carlos Drumond de Andrade os familiares deixam também a sua homenagem:

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial". Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Mas aí entra o milagre da renovação e a cada novo ano tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que vai ser diferente.

Então, temos a certeza de um novo começo sempre, basta querermos. Hoje é um dia muito especial para Valdemar Ribas pois como todo bom gaúcho que cultua as tradições de seu pampa, faz renovar e renascer a chama de seus antepassados em cada pequeno gesto. Do domar de um potro ao alegre fandango, da virilidade e rudeza do gaúcho a formosidade e encanto da prenda tudo isso é  RIO GRANDE DO SUL, tudo isso é tradicionalismo que encanta o homenageado e o faz sentir-se um privilegiado nesta noite.

A honraria não é somente deste gaúcho,  mas sim de todos os seus 3 filhos, noras e genro, netos e bisnetos, esposa, enfim toda sua prole. É com grande satisfação que aos 84 anos de idade recebe este prêmio e compartilha com todos seus amigos e que ficará marcado para sempre em sua vida.

FOTOS