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Lançamento do Livro “História da Câmara Municipal de Vereadores de Carazinho”

1 min atrás

Neste domingo, (19), aconteceu no Grêmio Aquático de Carazinho, o lançamento do Livro "História da Câmara Municipal de Vereadores de Carazinho" escrito pela Mestre em História Silvana Moura,o lançamento desta peça faz parte das comemorações aos 75 anos de existência do Poder Legislativo em Carazinho e foi idealizada pelo Presidente Gilnei Jarré.

Na oportunidade foram homenageados os seguintes vereadores Avelino Steffens, Primeiro Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Carazinho, homenagem as seis mulheres eleitas, até o momento, vereadoras no município, Maria Anita Gobbi, Artemia Schlichting, Maria Therezinha Palmieri, Recília Weise, Teresa Daudt e Sandra Citolin.

Na oportunidade foram descerradas as placas a serem fixadas no Legislativo homenageando o primeiro presidente do Legislativo, Avelino Steffens, Antônio Libório Bervian considerado até este ano como primeiro presidente do Legislativo,     "Tribuna de Oratória" João Domingos Rodrigues da Silva por fim foi descerrada a placa comemorativa dos 75 anos da Câmara de Vereadores a ser fixada no local onde funcionou a Câmara de Vereadores de 1935 a 1937.

 

 

Sinopse do Livro.

 

 

         Recentemente, desapareceu um intelectual e romancista dos mais destacados do cenário mundial: José de Sousa Saramago. Em dezembro de 2000, no Teatro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente e ouvi-lo quando ali estava para divulgar seu livro "A Caverna".

         Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, em Portugal. Filho e neto de agricultores pertenceu a uma humilde família, e como o próprio sobrenome prenunciava, tornou-se um mago da palavra escrita, e um inquieto pensador sobre a vida, as injustiças sociais, a cultura e a política. Embora, dedicando-se à literatura, mais especificamente, nunca deixou de pensar o mundo, fato que lhe rendeu ainda maior notoriedade em nível internacional.

          Esta breve digressão, apenas para sublinhar que Saramago foi exemplo de cidadão do seu mundo, exercendo sua cidadania a plenos pulmões. As atitudes de Saramago deixam crer, que a completude humana só se alcança por meio da interação do homem com seus pares e com a participação ativa na vida política. E Nesta linha, estar atento à política é importante, indispensável. Opinar e interagir com o cotidiano do lugar onde vivemos, do estado a que pertencemos, do país que nos acolhe e do planeta que nos envolve é fundamental. Fora desta concepção o homem será sempre pela metade, incompleto, menor, imperito, inacabado. O cidadão é uma pessoa que assume o seu papel na sociedade, e tem coragem para defender suas idéias, crenças e ações e, por conseguinte, assumir os riscos daí advindos. O cidadão, definitivamente, não é um analfabeto político, que Bertolt Brecht tão bem descreveu, em forma de poema, "que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política que nasce o menor abandonado".

         Por outro lado, a figura do parlamentar municipal, Vereador e Vereadora, é expressão de cidadão acrescido de um plus, uma vez que se submeteram ao sufrágio universal, integram uma instituição pública e política, a Câmara Municipal, e exercem representação política. São também, quando imbuídos de motivações coletivas e espírito público, cuidadores da res publica.   

         Destarte, a História da Câmara Municipal de Vereadores de Carazinho é a história de homens e mulheres que no passado cumpriram e hodiernamente cumprem sua condição de agentes políticos, dedicando-se a refletir e a construir o município de Carazinho, emprestando seus saberes, seu tempo e suas convicções políticas e mais que isto, desempenhando plenamente a cidadania, deixando de serem meros consumidores da cidade, contemplativos e estáticos diante da realidade.

         Este livro é uma interpretação da história da Câmara Municipal de Vereadores de Carazinho, agregada à história do Município de Carazinho. Considerado o Município -micro estado, o locus no qual a Câmara se insere e desenvolve suas atribuições, não há como divorciar a história da Câmara, da história do Município.

         O texto compõe-se de cinco capítulos. O primeiro capítulo divide-se em duas partes. A primeira parte faz um histórico sobre as Câmaras Municipais, seu início no Brasil e sua origem, perpassando as peculiaridades de sua existência no Brasil colônia, império e república. Acentuam-se, os momentos de exceção vividos no País e as consequências às Câmaras de Vereadores, focalizando o quanto perece a cidadania quando, as instituições públicas, quer executivas, legislativas ou judiciárias estão sob um regime autoritário. A independência do parlamento em todos os níveis, municipal, estadual e federal é condição medular para que a instituição parlamentar atue, alegando-se ser ela ainda, o espaço mais democrático de representação política da sociedade. Somente com sua existência a democracia pode ser usufruída radicalmente, ou seja, profundamente, sem receios, óbices ou quaisquer tipos de amarras ou atribulações. A segunda parte, por seu turno, propõe-se dar conta da progênie da vereança, competências do vereador, legislação pertinente às suas competências e as alterações sofridas resultado de mudanças constitucionais.

         O segundo capítulo faz a integração necessária entre o desempenho da Vereança e a história de Carazinho, remonta a origem primitiva da localidade, que evolui para povoado, depois vila e finalmente cidade de Carazinho. Neste capítulo, oportuniza-se ao leitor tomar contato com o meio natural, humano e histórico no qual o Vereador leva a efeito os compromissos que assume com a comunidade, quando de sua eleição. De maneira sintética este capítulo vai desvelando a história do, em breve, octogenário município de Carazinho e da sesquicentenária cidade de Carazinho.

         O terceiro capítulo empenha-se em abordar as 16 Legislaturas da Câmara de Vereadores de Carazinho, nomeando a todas e a todos aqueles que emprestaram seus nomes para concorrerem a uma vaga no legislativo municipal. Aliás, uma justa e honrosa homenagem porque, em que pese àqueles, que porventura, concorrem apenas por diletantismo ou vaidade pessoal, há aqueles que acreditam nas causas do poder legislativo. Não supõem os eleitores o quanto é doação, candidatar-se, pois o meio eleitoral é eivado de imbricações de toda ordem. Não presumem aqueles que permanecem confortavelmente sentados diante da TV espetáculo, na visão atribuída por Noam Chomski, o quanto é exigido de quem candidata-se, sobremaneira, daqueles que sabem pensar e estão votados a cumprir piamente a legislação eleitoral e não sustentam suas campanhas em "doações", "troca de favores", atendimento de "pedidos eleitoreiros" como: concessão de empregos, empréstimo ou financiamento de dinheiro, contratação de advogado, providenciamento de médico ou hospitalização, apadrinhamento ou batismo de filhos ou de casamentos, legalização de terras e tantos outros comportamentos ilegais e imorais. Raimundo Faoro em "Os Donos do Poder", obra de interpretação histórico-crítica da formação social brasileira, escreve que o "favor pessoal" é conduta paternalista que se transforma em importante instrumento de dominação política.

          O capítulo quarto, ocupa-se da Trajetória da Vereança carazinhense, durante as dezesseis legislaturas, ações representativas, de alcance político e social e que vieram ao encontro das reivindicações da comunidade carazinhense e estiveram em consonância com as atribuições da vereança, principalmente, a de legislar e fiscalizar, intervenções históricas pelo seu caráter singular, atitudes éticas, proposições de caráter relevante, observando, sempre que possível, seus desdobramentos, conexões e especificidades, ou seja, focando o movimento dialético da história.  Enfim, é uma seleção e interpretação de fatos e episódios sem o compromisso de esgotar a citação e análise de todas as ações da Vereança em Carazinho, uma vez, que por óbvio é tarefa inesgotável. Neste capítulo, buscou-se recuperar o processo histórico da Vereança, dum ponto de vista coletivo, em detrimento, de feitos pessoais e isolados. Elemento que corrobora este objetivo é o fato de, toda vez que um acontecimento é destacado, cita-se a respetiva Legislatura, localizando-a temporalmente, para que o leitor possa situar-se, e todos os vereadores que daquela Legislatura participaram, mesmo que não listados, sintam-se sujeitos da história. Mas, se em algum momento se enalteceu algo ou alguém foi porque era absolutamente inevitável, segundo a ótica escolhida e a análise preconizada. Enfim, o capítulo quarto busca contar aquelas questões que marcaram a Vereança em Carazinho, sublinhando fatos e feitos de fôlego, de repercussão relevante.  Portanto, não esperem piadas jocosas, fatos quixotescos, extracâmara, ou causos pitorescos que, em geral, são usados para detratar a função legislativa. Este livro está inteiramente comprometido com a História ciência, avesso a estórias do tipo "Lei da Gravidade" ou da sessão ordinária transferida "sine die". Em perfeita afinação com as atribuições basilares do parlamento municipal. De resto, procedeu-se, intransigentemente, na síntese das atividades da vereança.

         O quinto e último capitulo refaz o caminho da História da Câmara Municipal de Vereadores de Carazinho por meio de imagens-memórias.  Uma soma especial da fotografia + história + memória. Memória na concepção que lhe confere Octávio Paz: "A memória é a forma mais alta da imaginação, não é apenas a capacidade automática de recordar. Se a memória se dissolve o homem se dissolve". Neste capítulo, a imagem corporifica as ações legislativas, homenageando e rememorando aqueles que se doaram à função legislativa. Busca-se uma trajetória da Câmara, permeada especialmente pela imagem fotográfica, fragmentos de memória do mundo Legislativo - Plenário e Assistência - representativa de um determinado tempo.

                                                                           

                                                                                                                 Silvana Moura

Mestre em História

 

 

 

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