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SESSÃO PARA ESCLARECIMENTOS FINAIS DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DA ELETROCAR

1 min atrás

 

Na última segunda-feira (01) aconteceu mais uma sessão Ordinária, presidida por Ottto Gerhardt (PT) e contando com a presença dos demais Vereadores, mais uma vez o foco foi a Eletrocar, desta vez ocupou o espaço do Grande Expediente o Ex-Presidente da Empresa Albano Keyser .

Acompanhado do ex-presidente do Conselho, Mario Piva, e do assessor jurídico de sua gestão, Luciano Feldmann, relatou como a empresa foi recebida no começo de sua administração, em 2009. O saldo em caixa, assim como já havia sido informado por Esteve, era de mais de R$ 2 milhões positivos, porém, o ex-presidente destacou que nos oito anos que antecederam sua gestão, nenhum investimento havia sido feito. “Na época houve os rumores de que a empresa Aurora viria se instalar em Carazinho, mas tenho que dizer que foi até bom ela não ter vindo. Iríamos passar vergonha porque não tínhamos como atender uma empresa daquele porte na situação em que a Eletrocar se encontrava”, comentou. Processos trabalhistas e a relação com os funcionários também foram citados como uma das dificuldades no inicio de sua gestão. Informou que fora feitos investimentos na frota da empresa, porque estava tendo muitos gastos com consertos. O valor da aquisição ficaria abaixo do que estava se gastando com manutenção e veículos parados. Outros assuntos como a multa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) por falta de investimentos e o passivo causado pelo ICMS devido ao Estado, também constaram como problemas que acarretaram em dívidas para a Eletrocar.

Segundo Albano os investimentos que foram contraídos, a maioria deles com 10 anos para pagar, com taxa de juros de 5%, nós não poderíamos ter deixado de fazer, alegou, citando como exemplo a linha de transmissão Tapera/Carazinho que está sendo construída, a troca do transformador da subestação 1 e outros investimentos. Só para se ter uma ideia do quão grave era a situação, a RGE, de quem a Eletrocar compra energia, ligava para a empresa às 15h dizendo que tinha que baixar um MWA da distribuição, porque senão todo o sistema de Santa Marta iria cair. Então era necessário achar um alimentador, em um bairro ou no interior, que não estava tão carregado para desligar, para evitar que acontecesse um apagão, contou. “Fizemos aquilo que achávamos o que era correto, mas sempre com o aval técnico do departamento técnico da Eletrocar”, concluiu Albano.

Em relação a situação financeira da empresa Albano comentou que a empresa não está no seu melhor momento, visto o orçamento passado pelo presidente Elbio Esteve, onde consta que a Eletrocar adquiriu dívidas de aproximadamente R$ 56 milhões, e que destes, R$ 19 milhões devem ser pagos em até 12 meses. Porém, afirmou que a maior parte do montante total representa investimentos que estão sendo realizados na empresa. Foi esta linha que os vereadores da Oposição seguiram durante todo o interrogatório.

 “A não realização destes investimentos inviabilizaria a distribuição de energia de qualidade?”, “Qual a importância da realização da obra da linha de transmissão Tapera/Carazinho?”, “A Eletrocar poderia perder a concessão caso não realizasse estes investimentos?”, perguntaram Daniel Weber e Fernando Sant’Anna. Para responder, Keyser utilizou os mesmos argumentos que já haviam sido utilizados pelo engenheiro da empresa, Claudio de Quadros, na sessão em que ele acompanhou Esteve. “Carazinho e toda a região que é abastecida pela Eletrocar sofreria com apagões, caso estes investimentos não fossem realizados”, comentou, reiterando que todo o investimento realizado na construção da linha de transmissão vai ser pago pela própria tarifa com o passar dos anos.


A Situação também focou na realização desta obra, que tem custo aproximado de R$ 17 milhões, porém apontando aspectos não favoráveis para o antigo presidente. “Porque a obra foi iniciada e os contratos fechados sem se ter as licenças necessárias?”, quiseram saber os vereadores Anselmo Britzke e Paulino de Moura. “Seria um tempo perdido se nós tivéssemos ainda esperando a licença ambiental para começar a obra, o que seria muito pior para a empresa”, justificou. Em mãos ele tinha uma cópia de uma nota divulgada no Canal Energia em fevereiro deste ano, onde consta que 73% das obras de transmissão no país estão atrasadas. “Ficou constatado que os atrasos ocorreram principalmente em função da gestão dos empreendimentos e atraso na obtenção de autorização do Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN)”, comentou Albano.

 

Sobre as Diárias gastas no final de 2012 por dois diretores da Eletrocar também entraram no círculo de debate da noite. O ex-presidente defendeu seus funcionários, justificando o motivo da viagem. “Eles foram para o encontro anual da Associação Brasileira dos Contadores do Setor de Energia Elétrica (Abraconee), onde foi tratada sobre a reestruturação do sistema elétrico brasileiro no Governo Dilma. E também estavam presentes os diretores da ANEEL. Como a Eletrocar não iria mandar representantes da diretoria?”.

O vereador Gian Pedroso lembrou que no ano passado houve um adiantamento de dividendos em mais de R$ 190 mil para a Prefeitura, porém o ex-presidente explicou que este valor foi descontado no pagamento de energia nos prédios municipais, como escolas, postos de saúde. “Foi feito encontro de contas em que se chegou a R$190 mil para que a prefeitura não ficasse com uma dívida de energia junto a Eletrocar, mas ressalto que este valor não foi repassado em dinheiro à Prefeitura”.

 

 

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